No acto da elaboração ou desenvolvimento de um projecto,
no geral, somos confrontados pelo vazio.
Abordar questões sobre o vazio no design gráfico pode
mostrar-se relevante a medida que concordamos que o plano é determinante para o
preenchimento do mesmo com informações que tem por objectivo convencer uma
ideia. Convencer uma ideia, significa articular as informações – através de
elementos como ponto, textura, cores, e etc – e configurar uma mensagem visual
que possa ser compreendida sem necessidade de uma explicação, ou seja, ela
assume o carácter auto-explicativo.
A configuração dos elementos para constituir uma mensagem
gráfica resulta de pesquisas e o repertório do designer em simbiose com o do
público determinado. Neste processo, dependendo do suporte usado para registar os
resultados de pesquisas, as ideias intuitivas, as fantasias, a imaginação, e os
pensamentos, é crucial que o designer gráfico esteja sempre atento ao que se
pretende atingir. Isto porque o designer pode ser tentado a fazer o que é “bonito”,
que consequentemente pode não ser funcional, principalmente a longo prazo, em
alguns casos.
Da mesma forma que o plano condiciona a forma com que o
designer trabalha, o designer tem o poder de condicionar a experiencia visual
do espectador numa abordagem mais criativa, embora numa perspectiva
comunicativa. Quando se ignora o aspecto comunicacional, o plano torna-se uma
superfície ruidosa. Onde a mensagem pode ser descodificada e percebida, mas de
forma exaustiva. Nesse âmbito talvez encontramos mais uma vez a função de um
designer gráfico: que é o de servir como mediador de mensagem gráfica,
permitindo, deste modo, com que ela seja percebida com menos esforço.