Há um profissional na comunidade que tem a tarefa de solucionar problemas relacionados com a comunicação visual. Este profissional usa, através de palavras e imagens, meios de representar formas que devem transmitir uma mensagem. Essa mensagem muitas vezes é fornecida ao designer, maioritariamente em forma escrita e as vezes, como tem se observado ultimamente, quando o mesmo não solicita, em forma verbal.
O cliente – a fonte, muitas vezes, com a necessidade de comunicar algo para o seu potencial cliente, busca por um profissional que possa, visualmente, resolver o seu problema. Contudo, para além do cliente que interage directamente com o designer gráfico – o profissional que nos referimos – fornecer as informações necessária, através do briefing, dá também uma direcção de como deve ser o resultado final, e dar referência, como diríamos, não é errado, embora esse acto seja para que o designer gráfico tenha uma noção do que ele pretende e/ou mesmo para compreender a natureza do problema em questão.
O designer gráfico ao assumir as referências como sendo o objectivo a alcançar, estaria a assumir uma postura desonesta: primeiro porque ignora totalmente a metodologia projectual e, segundo, já entra num projecto com conceitos visuais pré-concebidos; o que não abre espaço para compreender a natureza do problema e arranjar melhores formas de trazer soluções.
Comunicar a mesma ideia pode parecer uma questão simples e óbvia, porque como dirão os clientes: “é basicamente o mesmo conceito que aquela empresa comunicou que nós queremos comunicar, só alterar o básico e manter o resto”. Verbalmente, uma ideia pode soar a mesma com as já comunicadas pelos concorrentes.
Visualmente uma ideia pode ter diversas formas de ser apresentada, mesmo “bonita” e “chamativa”, quando não é relevante e não considera o repertório do público ao qual a peça se dirige, a solução não é um bom design e vai ter que se fazer enorme esforço para chamar atenção no acto da promoção da mesma. Isto acontece porque, uma solução quando bem concebida e executada comunica exactamente a mensagem desejada com o público desejado e a mensagem é transmitida não somente pela peça, mas também com os que já entraram em contacto com ela e isso só é possível quando a mensagem é compreendida com mínimo esforço.
Podemos considerar que as informações fornecidas em forma de briefing pela fonte não é um material exclusivo com o qual o designer gráfico vai trabalhar. Entretanto, para este caso, consideraremos essa informação como um meio que vai conduzir o profissional responsável por articular a comunicação visual a atingir o que se pretende. Até podemos nos retrair sobre este facto, mas a verdade é que a comunicação visual, como solução, tem que ser algo simples de se compreender e simples não significa fácil. Numa publicidade de bolacha, por exemplo, qual seria a necessidade de colocar uma imagem que retrata no sentido literal da palavra o headline? Será que para este caso se consegue o impacto pretendido? A resposta é não, pois a mensagem que a peça pode transmitir ganha sentidos polissémicos.
Estes problemas por de trás dos designs mal concebido dá-se por facto do designer gráfico assumir uma postura do cliente e o cliente a do designer. Nenhuma solução parte do nada, se a necessidade for solucionar problema de um determinado grupo, principalmente num mundo onde o mercado é bem disputado, quem souber se comunicar eficientemente, de forma clara e objectiva consegue, em muitos casos permitir a interação entre a fonte e o cliente da fonte (O público-alvo).