De tanto que já foi dito em relação ao design, importa também abordar mais sobre quem interage com ele. E isso justifica-se pelo facto de que cada individuo é formado por várias componentes que o distinguem dos outros indivíduos, e são essas mesmas que se devem considerar ao projectar uma peça direcionada a uma individualidade ou a um grupo, o público.
Uma colectividade é formada por crenças, mítos, símbolos; essas componentes são traduzidas em valores. E o lado crítico em relação a uma peça é influenciado pelos aspectos referenciados que se manifestam como filtros responsáveis por decidir se agem para ou contra a mensagem que foi configurada.
O design como o centro
Há que se puxar alguns aspectos que nos vão nortear nessa abordagem. Sendo o primeiro aspecto o facto de o design ser uma actividade que exige do profissional a sua capacidade reflexiva; essa reflexão tem de tender para as motivações que podem influenciar na absorção da informação que se pretende transmitir, em si, e a forma do tratamento que ela exigirá de modo a contornar os possíveis ruídos que vão ou que podem surgir durante a composição da mensagem pelo configurada pelo profissional. A esse respeito estão o tratamento dos elementos gráficos e textuais de forma a conduzir o olhar humano, por exemplo: saber que há culturas que o seu condicionamento de leitura é influenciado através dos lados opostos, como o da direita para esquerda e da esquerda para direita; tal como a distribuição hierárquica dos elementos num espaço determinado a se compor a mensagem ou a informação. Cores são também elementos determinantes para a absorção da mensagem que se pretende transmitir, um exemplo clássico são as cores usadas em cartazes de filmes de ficção científica que faz o uso de cores como azul, essas por serem cores que estamos acostumados a ver no céu (lugar distante) e que, por sua vez, fazem-nos “viajar”, ou em outras palavras são cores que nos parecem distantes da realidade.
O destinatário também como o centro
E no segundo aspecto está centrado para o público ao qual a mensagem se destina. Considerando que o designer gráfico tenha elaborado a peça, atendendo aos aspectos técnicos visuais, cabe ao profissional averiguar o repertório do público-alvo – já pressupomos que o designer tenha, através das pesquisas, obtido dados relativos ao destinatário – para, por sua vez, prever a reacção do público de modo a que seus filtros não acusem ou não identifiquem ruídos que vão contra os seus valores.
Há várias ferramentas das quais o designer gráfico pode recorrer como é o caso da teoria das formas (psicologia), e depois a antropologia cultural. Principalmente em vários momentos em que nos deparamos com a crença de que o que está a dar, as tendências, neste caso, são os melhores caminhos a se seguirem; resta-nos esclarecer que cada projecto de design responde a uma determinada necessidade e isso condiciona a uma solução única e que nem sempre é original, mas no mínimo boa. Contudo, um bom profissional busca sempre trazer soluções inovadoras e diferentes.